É possível ter filhos após a Vasectomia ?

É possível ter filhos após a Vasectomia ?
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  • Junho 28, 2025
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É possível engravidar após uma vasectomia? Conheça as opções de reversão e fertilidade

A vasectomia é um método contraceptivo amplamente escolhido por muitos homens. No entanto, é natural que, com o passar do tempo, possam surgir mudanças de circunstância ou de vontade. E se quiser ser pai novamente? Esta dúvida é mais comum do que se pensa. Cerca de 7,4% dos homens que fazem vasectomia acabam por se arrepender da decisão.

Felizmente, existem alternativas viáveis, como a reversão da vasectomia ou a aspiração de esperma, que podem permitir recuperar a fertilidade. Neste artigo, explicamos estas opções de forma clara para que possa tomar uma decisão informada.

Avaliação inicial da fertilidade

Antes de avançar com qualquer procedimento, o primeiro passo é realizar uma avaliação da fertilidade masculina. Em colaboração com o seu urologista, serão efetuados exames físicos e análises hormonais para identificar eventuais sinais de infertilidade.

Com base nesses dados, o médico poderá aconselhar qual o caminho mais adequado, tendo em conta o seu histórico clínico e o tempo decorrido desde a vasectomia.

Reversão da vasectomia: em que consiste?

Independentemente do tipo de vasectomia que realizou (tradicional ou sem bisturi), a reversão pode ser feita através de dois procedimentos principais: vasovasostomia ou vasoepididimostomia. A escolha do procedimento depende de vários fatores, nomeadamente a técnica usada na vasectomia original e o estado atual dos canais deferentes.

Vasovasostomia

É o método mais comum. Neste procedimento, as extremidades cortadas do canal deferente são reconectadas, permitindo novamente a passagem dos espermatozoides até à uretra. A vasovasostomia é especialmente indicada para homens que fizeram a vasectomia há menos de 10 anos, uma vez que o tecido cicatricial ainda não compromete gravemente a reconexão.

O médico poderá avaliar a qualidade do esperma recolhido do lado testicular do canal deferente, sendo que apenas se recomenda este procedimento se forem detetados espermatozoides com alguma motilidade (graus 1 a 3).

Vasoepididimostomia

Trata-se de um procedimento mais complexo. Em vez de ligar as duas extremidades do canal deferente, o médico conecta diretamente a parte abdominal do canal ao epidídimo, que é a estrutura responsável pelo transporte dos espermatozoides a partir dos testículos.

Esta técnica é indicada em casos em que não há presença de espermatozoides móveis (graus 4 ou 5) ou quando a vasectomia foi realizada há mais de 10 anos, tornando inviável a reconexão direta do canal deferente.

Alternativa: aspiração ou extração de esperma

Quando a reversão da vasectomia não é possível ou desejada, existe a possibilidade de recorrer à aspiração ou extração de esperma. Neste procedimento, o esperma é retirado diretamente dos testículos, através de uma agulha (menos invasivo) ou por microcirurgia (mais invasivo, conhecido como TESE ou micro-TESE).

No entanto, como a quantidade de espermatozoides recolhida não é suficiente para uma fecundação natural, será necessário recorrer a técnicas de fertilização in vitro (FIV). A FIV pode ser feita de forma tradicional ou através de injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI), onde um único espermatozoide é injetado diretamente num óvulo.

Com a FIV, o embrião é transferido para o útero da parceira (ou barriga de aluguer, se for o caso) entre 3 a 5 dias após a fertilização. As taxas de sucesso variam, mas estudos indicam que cerca de 48,6% dos casais conseguem engravidar com esta técnica.

E se nenhuma destas opções for viável?

Mesmo que a reversão ou a extração de esperma não sejam adequadas para si, continua a ser possível constituir família através da utilização de esperma de dador. Existem bancos de esperma altamente credenciados que permitem escolher doadores com base em diversos critérios — incluindo exames genéticos, histórico médico e até fotos de infância.

Com o esperma doado, é possível realizar uma inseminação intrauterina (IIU) ou recorrer à fertilização in vitro, dependendo da situação clínica do casal.

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